JÁ FUMEGA MARIA PANELA!

pesquisar

 
Quinta-feira, 20 / 05 / 10

Take 1 – A Mulher Do Leme

 

Eu sou do tamanho dos meus sonhos e da minha vontade e sou enorme aos olhos da liberdade, mas toda e qualquer grandiosidade se reduz pelas escolhas que tomamos.

 

Quando acordei para os meus 18 anos, toquei o limiar da realização plena. No dia do aniversário, as minhas emoções foram tecendo as lágrimas com a força de quem varre, num único arrasto, a areia de todas as praias. As rosas que a minha mãe começou por me oferecer seriam o presságio de que “a mulher do leme” perderia os remos e o rumo, naquele dia. O fio de presentes foi-se desenrolando e, onde estava um nó cego, surgiu uma obra de quem cego de amor estava. Um amigo meu foi até minha casa e deu-me um quadro desenhado com a minha imagem. Artisticamente, era belo, tanto pelo traço, como pela textura. Um gesto singular que se alojou no meu coração. Pensei na altura ser a rapariga mais feliz, mais completa que alguma vez existira, porque uma demonstração de afecto como aquela merecia estar no topo de uma montanha onde o céu se enrola na terra.

 

Continua…

publicado por Maria Panela às 00:37
Segunda-feira, 19 / 04 / 10

Bídon de Champôo

Adorava ser como um frasco de champôo de 900 mL que perdurasse, perdurasse, perdurasse infinitamente na casa-de-banho do Senhor Anatalino Reguete. Tal desejo comporta a necessidade de lhe limpar os cabelos em profundidade, nutri-los, preenche-los e deixá-los incrivelmente sedosos. Talvez assim a Maria Dores Pança pudesse juntar as suas três galinhas com o galo do Anatalino, numa só capoeira. Talvez assim contribuísse para a construção do amor no mundo... Já que não consigo sequer construir o meu próprio amor. Já que estou impedida de ser amada. Alguém que ame aquilo que é, aquilo que tem, aquilo que há-de ser e mais além e mais além, mesmo que para isso seja necessário um champôo, uma lavagem ao corpo e à alma.

publicado por Maria Panela às 23:32
Sábado, 06 / 03 / 10

Baile de Finalistas

Baile de Finalistas, a noite que se deseja inesquecível.



Quanto a mim, não me posso queixar de momentos inquietamente inesquecíveis.



O relógio marcava as 18:30h quando comecei a ser penteada. A qualidade extra-maravilhosa do meu cabelo só comprovou o facto de eu ter passado não por uma, não por duas, mas por três cabeleireiras! A primeira cabeleireira julgou que o meu cabelo era pouca areia para o seu camião, a segunda assustou-se quando me tentou fazer caracóis e saiu algo que se assemelhava ao pêlo das ovelhas, versão morena. Devo, enfim, a minha vida capilar à terceira cabeleireira de seu nome "Messias Contemporânea", por ter feito milagres com o meu cabelo e por ter trazido ao mundo a seguinte mensagem: "Até as pessoas com cabelo curto podem ficar bonitas!"


Já em casa, pude contemplar o resultado final: uma rapariga que não era eu. Alguém se encarregou de lançar uns pós de perlimpimpim.Dramaticamente acrescento que E TUDO O VENTO LEVOU, ténis e jeans, cabelo revolto e face desnuda.


O meu pai conseguiu, durante o jantar, materializar a sua tendência de dizer coisas inconvenientes. Perguntou a um amigo meu se alguma vez ele tinha levado com um carapau na tabeleta. Há pessoas que têm pais muito "In", eu tenho um pai muito "On parvaíce ". Giro, não é? :D


Deixei-me levar pela música, na pista de dança. Os meus pés estavam a produzir carne moída. Usar saltos é doloroso e dolorosa foi também a queda que eu dei no palco. LOL Cada turma dirigia-se ao palco para tirar fotos de grupo e, para sair, tínhamos de saltar de uma altura de 1 metro. Ora, eu com saltos altos não arrisquei e sentei-me no palco para depois conseguir sair melhor. Mas no momento em que me sentei, um salto predeu-se num ferro que estava por debaixo e alguém se encostou a mim, não dando tempo de eu tirar o salto de lá. Resultado, dei uma cambalhota e caí, espalhafatosamente, no chão. 1 pessoa ficou ferida e 10 pessoas ficaram gravemente doentes de riso, nas quais onde me incluo.


Houve um rapaz que tentou que eu me aventurasse com ele, já nos envolvemos há tempos atrás, mas a minha vontade era de passar uma noite serena com os meus amigos. Talvez essa tenha sido a melhor justificação que dei a mim própria, porque, na verdade, a minha cabeça andava à deriva de alguém. Alguém que esteve comigo, alguém que dançou comigo, alguém...


Uma vez perguntaram-me se eu estava à espera do meu principe, respondi que esse principe já tinha vindo e já tinha ido. Não espero ninguem, o momento tudo dita e se a vontade surgir, acontece. É o Carpe Diem racional. Por isso, tento não condicionar-me, desejando alguém, apesar de estar a ser complicado gerir uma força que me puxa para a boca dele.

 

Foi uma noite que os meus pés jamais irão esquecer. Pés, perdoem-me o sacrifício que vos fiz passar.

publicado por Maria Panela às 16:54
Terça-feira, 23 / 02 / 10

Bateu-me de chapa na cara

Há quem respire Oxigénio. Eu, esta manhã, respirei mau-humor. Os meus alvéolos pulmonares sentiram-se revoltados e quase fiquei com o Bronquito (doença inventada pela minha Tia Avó).

Lá marchei contrariada atá à escola, pronta a ter Matemática e Física e Química e o diabo a sete... Penso eu, qual a vantagem da segunda-feira? Não ter Português!

Não obstante, fui brutalmente atingida por um giz que a minha prof de Física tentava atirar a um colega meu. Há uma voz dentro de mim que diz: "Nao te queixes, Maria, pior teria sido com um apagador".

Apanhei a molha da minha vida. Quando decidi, finalmente, abandonar a escola, o S. Pedro divertiu-se com uma Tromba de Agua. É bom saber que afinal a água não está assim tão escassa.

 

 

 


Há dias que nos marcam, hoje foi um deles...


Apercebi-me que nem a maior das relações, com conhecimento mútuo, se escapa às surpresas, àqueles batimentos de chapa na cara que abalam todos os sentidos.


Pensei que pouco me podia surpreender, mas enganei-me redondamente.

 

A melhor forma de curar as feridas, é rir-se delas. Fiz de tudo para que os risos se espalhassem nas nossas caras.


Quero a tua felicidade, só assim serei plenamente feliz!

 

 


Mil dias de amor virão, enquanto eu viver

publicado por Maria Panela às 00:20

mais sobre mim