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Segunda-feira, 05 / 04 / 10

Medicina Paralela E Outras Parvoíces De Desinteresse Geral

Cara comunidade científica, distintos senhor e senhora de bigode e prezada população em geral sem nenhuma característica particularmente fixe, comunico-vos os mais recentes progressos da nomenclatura de práticas medicinais. Esqueçam tudo o que já cheiraram com os olhos e o que já viram com o nariz. As parvoíces que vos enunciarei são tolas e tornam interessantes qualquer escova de dentes ou corta-unhas. Portanto ainda estão a tempo de desligar o computador, correr para a rua e gritar "Tenho um sardão dentro das calças!", podendo ainda acrescentar "E estou a gostar!", dependendo da intensidade do pânico e da aflição.



O novo tratado decreta o seguinte:

- Abolição do termo "massagem". Toda a prática de aplicação de força ou vibração sobre zonas de tecidos corporais, ou seja, toda a prática que envolva uma pessoa nua com uma toalha a tapar o que é importante e com a cabeça enfiada num género de tampo de sanita, passará a ser descriminada por "esfragação", numa alusão viva ao acto de esfregar e à tendêndia popular de dizer "esfragar".

- Introdução da técnica "respiração boca-orelha" criada por mim e testada na minha irmã, Rita Taparuere, por ocasião da cabeçada que deu na porta, desencadeando um choro intensivo que mereceu cuidados da minha parte. Apliquei-lhe, portanto, a "respiração boca-orelha" que se mostrou um sucesso, uma vez que a minha irmã começou de imediato a rir-se, esquecendo que instantes antes tinha ferrado a testa na porta. A técnica consiste na expiração junto da orelha, o que provoca "cócegas orelhais".

 

 

Continuando com as cócegas, a minha avó é perita em dizer coisas que me fazem cócegas à alma. A mais recente deu conta da existência da patalogia "Cirrose de Água". Estava eu a beber água, eis senão quando a minha avó me adverte para eu beber pouca água, porque corria o risco de apanhar uma "Cirrose de Água". Pelo que pude apurar, os mais antigos falavam nesta patologia especialmente quando alguém sofria de uma cirrose devido à ingestão de álcool. É triste saber que andavam a enganar os pobres bêbedos quanto ao conteúdo dos garrafões...

 

 

Hoje, fazendo luz ao pedido (aviso ameaçador) da minha professora de português (mulher temível), fui comprar o "Memorial do Convento". Enquanto me dirigia à livraria, pude observar uma exposição para noivos onde estava exposto uma mesa padrão de copo-de-água com uma toalha que me fez lembrar as mantas que cobrem os caixões, devido à sua cor roxa e ao bordado dourado. Talvez tenham incorporado detalhes da moda fúnebre na nova colecção, muito fashion na minha parva opinião. Quando encontrei o livro na prateleira, susti a respiração, esperavam-me 493 páginas de leitura atenta, pelo que me detive a pensar sobre a experiência de leitura. Afinal, o Saramago não ganhou o Nobel por dar umas voltas com uma sueca da Academia, logo a leitura não seria assim tão má. Ironia ou não, sou uma apaixonada pela leitura e pela escrita e, como prova do meu amor, enviar-lhes-ei um ramo de rosas vermelhas e chocolates, mas talvez elas prefiram uma noite num quarto de MOTEL com um colchão de água... Oh! Que dilema!

publicado por Maria Panela às 22:31
Sexta-feira, 12 / 03 / 10

O Manel Polícia não perdoa, Srº Fernando Pessoa

Ora vamos lá a mais uma crónica de "Entalanço Estudantil".

 

 

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.". Foi com este verso que Fernando Pessoa começou o poema dedicado ao Infante D. Henrique, na "Mensagem". Dou uma volta ao verso, viro-o ao contrário, coloco-o no lugar e pergunto-me, será que se deus quiser e eu sonhar a obra nascerá amanhã no teste? É que nesse caso restam-me 12 h para sonhar a fundo.

 

 

Como se chama a uma pessoa que escreve cartas para si própria e lhes dá resposta? Intelectual? Sabedor? Culto? Visionário? Ensinaram-me que tal comportamento se deve ao excesso de estupefacientes ingeridos, inalados, injectados, amados, lavados, cozinhados... Pois é, Senhor Fernando Pessoa, tenha cuidado, o Manel Polícia não perdoa.

 

 

Isto é o desespero de quem nada estudou, a ignorância que canta o peito ilustre da Maria Panela, que se vai da lei da morte libertando. Ajudai-me Tágides minhas, dai-me engenho e arte e um espírito santo de orelha no desespero. Não sei se tão sublime preço cabe neste blog!

 

 

(Admiro a genealidade de Pessoa, ganzado é certo, mas génio)

 

 

 

Convido a aderirem ao seguinte movimento: http://www.facebook.com/combigodeemafrica

publicado por Maria Panela às 00:11
Sexta-feira, 26 / 02 / 10

Cheira a Lisboa!

Lisboa tem a melhor literatura de casa-de-banho do país. Para comprová-lo, dirijam-se ao WC masculino da Pizza Hut, no Vasco da Gama. Lá encontrarão algo semelhante a isto: "Lá fora são heróis, aqui cagam-se todos". Portugal é uma fábrica de heróis e de filósofos, um país de coragem e de culto, invadido por "street niggas".

 

 

Se por um lado Lisboa é um local de culto nas casas-de-banho, por outro lado é um antro de ignorância, no qual me posso incluir. Eu e uns amigos tivémos de percorrer uma maratona para encontrar o Pavilhão de Conhecimento. Nenhum Lisboeta parecia conhecer a localizão do nosso destino. Fomos,entretanto, saudados pela chuva. Eu e a chuva temos uma relação muito boa, adoro quando ela me molha os cabelos, conferindo-lhes um aspecto frisado e baço, é o sonho de qualquer mulher.

 

 

Não sou de Lisboa, sou da Panelolândia onde a capital é onde o homem quiser.

 

 

Senti, novamente, desejo de o beijar, um desejo irracional do qual tenho medo. Se um beijo fosse chuva, eu estaria, naquele momento, sedenta de água.

 

 

P.S. Vendo horas de cansaço semanal (Produto ilimitado...)

publicado por Maria Panela às 22:35

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