Eu sou do tamanho dos meus sonhos e da minha vontade e sou enorme aos olhos da liberdade, mas toda e qualquer grandiosidade se reduz pelas escolhas que tomamos.
Quando acordei para os meus 18 anos, toquei o limiar da realização plena. No dia do aniversário, as minhas emoções foram tecendo as lágrimas com a força de quem varre, num único arrasto, a areia de todas as praias. As rosas que a minha mãe começou por me oferecer seriam o presságio de que “a mulher do leme” perderia os remos e o rumo, naquele dia. O fio de presentes foi-se desenrolando e, onde estava um nó cego, surgiu uma obra de quem cego de amor estava. Um amigo meu foi até minha casa e deu-me um quadro desenhado com a minha imagem. Artisticamente, era belo, tanto pelo traço, como pela textura. Um gesto singular que se alojou no meu coração. Pensei na altura ser a rapariga mais feliz, mais completa que alguma vez existira, porque uma demonstração de afecto como aquela merecia estar no topo de uma montanha onde o céu se enrola na terra.
Continua…