JÁ FUMEGA MARIA PANELA!

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Sábado, 27 / 03 / 10

Espantalhos-Que-Se-Mexem-E-Que-Espantam-Pessoas

11:41

O telemóvel toca. As tecnologias que nos acordam merecem uma passagem directa para a sanita.

 

"Estou?"

 

"É a rita"

 

"Ah! Olá Rita, então?"

 

Nínguém responde...

 

"Rita?"

 

Continua sem responder. Que brincadeira é esta? Até que…

 

"Ah!!! Não és a Rita, queres é falar com a minha irmã Rita."

 

E finalmente a outra pessoa responde e confirma que eu tenho um poder absurdo de me confundir debaixo dos lençóis.

 

14:02

Alguém entra no meu quarto, pelo que acordo. Faço que estou a dormir. É a minha irmã. Ela salta para cima de mim e diz “Acorda, mana!” Com a cabeça enterrada na almofada, murmuro “Vais ser desterrada!”

 

14:05

Já não consigo adormecer de novo.

 

Penso nos acontecimentos que marcaram o dia anterior.

 

A minha prestação como girassol abriu-me portas para a Academia Nacional de Representação Deprimente e para a Secção Universal de Espantalhos-Que-Se-Mexem-E-Que-Espantam-Pessoas. Estão a chover telefonemas de solicitação para eu interpretar cerejeiras, porco preto alentejano, microondas…

 

A apresentação do trabalho correu melhor, não tropecei no que disse, pelo que o meu futuro passa pelos palcos sem luzes, nem orquestra, nem guarda-roupa que me faça parecer malabarista de circo dos anos 40.

 

Já de noite, a conversa mudou. Passei da representação eloquente para a vida real e dramática (sem um girassol na cabeça, mas com os impulsos virados para o sol).

 

Estava escuro, ele puxou-me para junto dele e agarrou-me, determinado. Algo fugiu ao nosso controlo, mas antes de o beijo de consumar, separei-me dele. Timming perfeito, visto que alguém apareceu a seguir. O que restou disto? Dois corações a bater estupidamente depressa, desejando um final diferente. A vida é mesmo o melhor palco para fazer teatro…

 

18:30

Tempo para tomar banho e sair até que o Sol nasça.

publicado por Maria Panela às 18:29
Sábado, 06 / 03 / 10

Baile de Finalistas

Baile de Finalistas, a noite que se deseja inesquecível.



Quanto a mim, não me posso queixar de momentos inquietamente inesquecíveis.



O relógio marcava as 18:30h quando comecei a ser penteada. A qualidade extra-maravilhosa do meu cabelo só comprovou o facto de eu ter passado não por uma, não por duas, mas por três cabeleireiras! A primeira cabeleireira julgou que o meu cabelo era pouca areia para o seu camião, a segunda assustou-se quando me tentou fazer caracóis e saiu algo que se assemelhava ao pêlo das ovelhas, versão morena. Devo, enfim, a minha vida capilar à terceira cabeleireira de seu nome "Messias Contemporânea", por ter feito milagres com o meu cabelo e por ter trazido ao mundo a seguinte mensagem: "Até as pessoas com cabelo curto podem ficar bonitas!"


Já em casa, pude contemplar o resultado final: uma rapariga que não era eu. Alguém se encarregou de lançar uns pós de perlimpimpim.Dramaticamente acrescento que E TUDO O VENTO LEVOU, ténis e jeans, cabelo revolto e face desnuda.


O meu pai conseguiu, durante o jantar, materializar a sua tendência de dizer coisas inconvenientes. Perguntou a um amigo meu se alguma vez ele tinha levado com um carapau na tabeleta. Há pessoas que têm pais muito "In", eu tenho um pai muito "On parvaíce ". Giro, não é? :D


Deixei-me levar pela música, na pista de dança. Os meus pés estavam a produzir carne moída. Usar saltos é doloroso e dolorosa foi também a queda que eu dei no palco. LOL Cada turma dirigia-se ao palco para tirar fotos de grupo e, para sair, tínhamos de saltar de uma altura de 1 metro. Ora, eu com saltos altos não arrisquei e sentei-me no palco para depois conseguir sair melhor. Mas no momento em que me sentei, um salto predeu-se num ferro que estava por debaixo e alguém se encostou a mim, não dando tempo de eu tirar o salto de lá. Resultado, dei uma cambalhota e caí, espalhafatosamente, no chão. 1 pessoa ficou ferida e 10 pessoas ficaram gravemente doentes de riso, nas quais onde me incluo.


Houve um rapaz que tentou que eu me aventurasse com ele, já nos envolvemos há tempos atrás, mas a minha vontade era de passar uma noite serena com os meus amigos. Talvez essa tenha sido a melhor justificação que dei a mim própria, porque, na verdade, a minha cabeça andava à deriva de alguém. Alguém que esteve comigo, alguém que dançou comigo, alguém...


Uma vez perguntaram-me se eu estava à espera do meu principe, respondi que esse principe já tinha vindo e já tinha ido. Não espero ninguem, o momento tudo dita e se a vontade surgir, acontece. É o Carpe Diem racional. Por isso, tento não condicionar-me, desejando alguém, apesar de estar a ser complicado gerir uma força que me puxa para a boca dele.

 

Foi uma noite que os meus pés jamais irão esquecer. Pés, perdoem-me o sacrifício que vos fiz passar.

publicado por Maria Panela às 16:54
Sexta-feira, 26 / 02 / 10

Cheira a Lisboa!

Lisboa tem a melhor literatura de casa-de-banho do país. Para comprová-lo, dirijam-se ao WC masculino da Pizza Hut, no Vasco da Gama. Lá encontrarão algo semelhante a isto: "Lá fora são heróis, aqui cagam-se todos". Portugal é uma fábrica de heróis e de filósofos, um país de coragem e de culto, invadido por "street niggas".

 

 

Se por um lado Lisboa é um local de culto nas casas-de-banho, por outro lado é um antro de ignorância, no qual me posso incluir. Eu e uns amigos tivémos de percorrer uma maratona para encontrar o Pavilhão de Conhecimento. Nenhum Lisboeta parecia conhecer a localizão do nosso destino. Fomos,entretanto, saudados pela chuva. Eu e a chuva temos uma relação muito boa, adoro quando ela me molha os cabelos, conferindo-lhes um aspecto frisado e baço, é o sonho de qualquer mulher.

 

 

Não sou de Lisboa, sou da Panelolândia onde a capital é onde o homem quiser.

 

 

Senti, novamente, desejo de o beijar, um desejo irracional do qual tenho medo. Se um beijo fosse chuva, eu estaria, naquele momento, sedenta de água.

 

 

P.S. Vendo horas de cansaço semanal (Produto ilimitado...)

publicado por Maria Panela às 22:35

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