JÁ FUMEGA MARIA PANELA!

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Terça-feira, 30 / 03 / 10

Dissertação Sobre Um Bolo Em Forma De Pénis

Assisti a uma demonstração de arte culinária que me perturbou imenso. Era uma estrutura de bolo de chocolate, envolta numa camada de açúcar de cobertura. Ostentava a imagem real de um pénis erecto. Toda a cobertura fora pintada de acordo com as cores naturais dos órgãos genitais, tanto no pénis, como nos testículos delicadamente coloridos de castanho e com pequenos riscos pretos a retratar o belo do pintelho. Naquelo caso, considerei que o pénis pertencia a um homem de raça branca, uma vez que era cor-de-rosa e conseguia ocupar um só tabuleiro. Os pormenores eram avassaladores, desde a veia saliente do pénis, até aos traços realistas da sua cabeça, passadando também pelo aglomerado pinto-capilar superior. O artista (prefiro não lhe chamar pasteleiro, porque um pasteleiro está limitado aos pastéis de nata e afins) retratou, ainda, o momento da ejaculação, anexando ao oríficio do pénis um creme branco.

Pergunto-me quantos milhões o Berard estaria disposto a pagar pela obra, do género:

"Quante quere plo animale?"

"Depende do fim que lhe dará, do estatuto que terá na sua Galeria..."

"E se a Galeria for no interiore das minhas pantallones? Focke You"


Questiono-me, ainda, sobre outra coisa. Que origem teve a imagem tão realista e perfeita de um bolo em forma de pénis? Terá sido resultado da experiência apurada ao longo dos tempos pelo pasteleiro-artista ou do emprego de um molde natural? Quando trinquei o bolo, tentei não me deter nestas questões, evitando o perigo de provocar um suicídio cerebral.

Curioso foi o facto de os homens presentes terem sido os que mais mostraram interesse por comer, consomando, por fim, essa vontade. Talvez, enquanto mastigavam, pensavam "Queria ter um igual...", enquanto que as raparigas reflectiam da seguinte forma "Para quê comer às fatias, quando se pode comê-lo inteiro?". Agora exagerei na maliciosidade (poupo-vos à crítica...).


Mais tarde, num bar, pude presenciar outra cena intrigante. Um homem subiu para uma mesa e começou a dançar, simulando que estava a despir-se. Por sua vez, um grupo de rapazes rodeou a mesa e pressionaram o pobre bebedo, no sentido de ele tirar mesmo as calças. Ora, o que é que me ocorreu no momento? Que aquele grupo de indíviduos simbolizava a tribo que pratica o ritual de guardar capas da revista "Men's Health" debaixo do colchão.

Que apreciação faço eu disto? Que bem que poderia integrar a tribo deles, não fosse o facto de todos eles serem homens e gostarem de se olhar de costas... A verdade é que o meu colchão foge à tradicional estrutura ortopédica, uma vez que ele é o resultado da cimentação de capas da revista "Men's Health" ao longo dos séculos. A mais velha data de 1230 e pertenceu à minha tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra tetra da tetra da tetra da tetra tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra da tetra tetra da tetra da tetra da tetra tetra da tetra da tetra tetra da tetra avó. O modelo que figurava era um guerreiro cruzado sedutor, com uma barba farta e cicatrizes na cara, com a espada numa mão e com um mouro seguro pelo colarinho na outra. Já não se fazem homens desses...

publicado por Maria Panela às 01:14
Sábado, 27 / 03 / 10

Espantalhos-Que-Se-Mexem-E-Que-Espantam-Pessoas

11:41

O telemóvel toca. As tecnologias que nos acordam merecem uma passagem directa para a sanita.

 

"Estou?"

 

"É a rita"

 

"Ah! Olá Rita, então?"

 

Nínguém responde...

 

"Rita?"

 

Continua sem responder. Que brincadeira é esta? Até que…

 

"Ah!!! Não és a Rita, queres é falar com a minha irmã Rita."

 

E finalmente a outra pessoa responde e confirma que eu tenho um poder absurdo de me confundir debaixo dos lençóis.

 

14:02

Alguém entra no meu quarto, pelo que acordo. Faço que estou a dormir. É a minha irmã. Ela salta para cima de mim e diz “Acorda, mana!” Com a cabeça enterrada na almofada, murmuro “Vais ser desterrada!”

 

14:05

Já não consigo adormecer de novo.

 

Penso nos acontecimentos que marcaram o dia anterior.

 

A minha prestação como girassol abriu-me portas para a Academia Nacional de Representação Deprimente e para a Secção Universal de Espantalhos-Que-Se-Mexem-E-Que-Espantam-Pessoas. Estão a chover telefonemas de solicitação para eu interpretar cerejeiras, porco preto alentejano, microondas…

 

A apresentação do trabalho correu melhor, não tropecei no que disse, pelo que o meu futuro passa pelos palcos sem luzes, nem orquestra, nem guarda-roupa que me faça parecer malabarista de circo dos anos 40.

 

Já de noite, a conversa mudou. Passei da representação eloquente para a vida real e dramática (sem um girassol na cabeça, mas com os impulsos virados para o sol).

 

Estava escuro, ele puxou-me para junto dele e agarrou-me, determinado. Algo fugiu ao nosso controlo, mas antes de o beijo de consumar, separei-me dele. Timming perfeito, visto que alguém apareceu a seguir. O que restou disto? Dois corações a bater estupidamente depressa, desejando um final diferente. A vida é mesmo o melhor palco para fazer teatro…

 

18:30

Tempo para tomar banho e sair até que o Sol nasça.

publicado por Maria Panela às 18:29
Segunda-feira, 22 / 03 / 10

Um Sítio Para Jogar Paintball?! O Cemitério

Blog, doce blog!

 

 

Quando eu cortar a meta, aviso. Aviso aquilo que o mundo precisa de ouvir! Que a vida é uma apologia de corridas nunca lineares, cujo o prémio é uma maça, uma sandes e um sumo, como convém. Não sejamos ingratos! O corpo e a mente agradecem. Porque é que acham que os Quenianos são campeões no atletismo? Porque lhes prometem uma sandes como prémio.

 

A minha vida irá mudar quando fizer uma prova de triatlo com dois amigos, na minha super sónica bicicleta ultra teias-de-aranha. Onde é que eu estava com a cabeça quando aceitei o desafio? Ah! Era mesmo no lanche que eles ofereciam...

 

Bem, isto de programar uma viagem à Suiça é outra Maratona Olímpica. Só espero não receber na meta caroços, migalhas e pacotes Tetra Pack vazios. Ah! Ainda não tinha falado da viagem à Suiça aqui no blog... A minha turma irá em Maio a Genève, com vista a visitar o CERN. Disse à minha avó que alguns tolos entendidos julgam que o acelerador de partículas do CERN pode desplotar um Buraco Negro. Claro que depois de lhe ter explicado o que era um Buraco Negro, ela deve ter rezado 3 terços pela minha salvação. Principal objectivo da visita: fugir com um suiço para a Turquia. Lol

 

Para além da organização da viagem, somos também responsáveis pela angariação de fundos. Ora, a iniciativa típica para ganhar dinheiro é vender rifas. Hoje fiz uma limpeza ao comércio da minha cidade, a fim de adquirir patrocínios sob a forma de prémios. Ideia que me assomou: Fugir com os prémios conseguidos e recomeçar a minha vida na Turquia.

 

Uma cartada de génio será a organização de um torneio de Paintball. Um colega meu sugeriu o cemitério como local ideal para o Paintball. Julgo que os mortos ganhariam alguma cor com isso. Esse colega foi também responsável pela sugestão de pedir um patrocínio a uma funerária, ao estilo de "tenha o seu funeral de sonho". Aposto que as rifas se esgotariam nos hospitais.

 

O que nós não fazemos para nos elevar-mos como Físicos!!

 

Hoje senti muita adrenalina ao participar nos Jogos Paraolímpicos, na categoria "Cego que gosta de dar umas voltas na sua Cleta Bici". Vendaram-me os olhos e lá fui eu, numa bicicleta adaptada para duas pessoas. Foi impressionante a quantidade de adrenalina que senti pelo simples facto de não conhecer a direcção a que era sujeita a cada instante, bem como a variação do vector velocidade e aceleração. Aconselho aos vesgos que estejam a tentar ler isto a fazê-lo. É melhor que duas horas de sexo. (Quantidade não é qualidade)

 

Amanhã irei preparar o papel da minha vida. Interpretarei um girassol. Até já me crescem sementes na cara!

 

 

Cama, não é?

 

Sim, é! Mas só se for na Turquia...

 

publicado por Maria Panela às 23:34
Sexta-feira, 12 / 03 / 10

O Manel Polícia não perdoa, Srº Fernando Pessoa

Ora vamos lá a mais uma crónica de "Entalanço Estudantil".

 

 

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.". Foi com este verso que Fernando Pessoa começou o poema dedicado ao Infante D. Henrique, na "Mensagem". Dou uma volta ao verso, viro-o ao contrário, coloco-o no lugar e pergunto-me, será que se deus quiser e eu sonhar a obra nascerá amanhã no teste? É que nesse caso restam-me 12 h para sonhar a fundo.

 

 

Como se chama a uma pessoa que escreve cartas para si própria e lhes dá resposta? Intelectual? Sabedor? Culto? Visionário? Ensinaram-me que tal comportamento se deve ao excesso de estupefacientes ingeridos, inalados, injectados, amados, lavados, cozinhados... Pois é, Senhor Fernando Pessoa, tenha cuidado, o Manel Polícia não perdoa.

 

 

Isto é o desespero de quem nada estudou, a ignorância que canta o peito ilustre da Maria Panela, que se vai da lei da morte libertando. Ajudai-me Tágides minhas, dai-me engenho e arte e um espírito santo de orelha no desespero. Não sei se tão sublime preço cabe neste blog!

 

 

(Admiro a genealidade de Pessoa, ganzado é certo, mas génio)

 

 

 

Convido a aderirem ao seguinte movimento: http://www.facebook.com/combigodeemafrica

publicado por Maria Panela às 00:11
Sábado, 06 / 03 / 10

Baile de Finalistas

Baile de Finalistas, a noite que se deseja inesquecível.



Quanto a mim, não me posso queixar de momentos inquietamente inesquecíveis.



O relógio marcava as 18:30h quando comecei a ser penteada. A qualidade extra-maravilhosa do meu cabelo só comprovou o facto de eu ter passado não por uma, não por duas, mas por três cabeleireiras! A primeira cabeleireira julgou que o meu cabelo era pouca areia para o seu camião, a segunda assustou-se quando me tentou fazer caracóis e saiu algo que se assemelhava ao pêlo das ovelhas, versão morena. Devo, enfim, a minha vida capilar à terceira cabeleireira de seu nome "Messias Contemporânea", por ter feito milagres com o meu cabelo e por ter trazido ao mundo a seguinte mensagem: "Até as pessoas com cabelo curto podem ficar bonitas!"


Já em casa, pude contemplar o resultado final: uma rapariga que não era eu. Alguém se encarregou de lançar uns pós de perlimpimpim.Dramaticamente acrescento que E TUDO O VENTO LEVOU, ténis e jeans, cabelo revolto e face desnuda.


O meu pai conseguiu, durante o jantar, materializar a sua tendência de dizer coisas inconvenientes. Perguntou a um amigo meu se alguma vez ele tinha levado com um carapau na tabeleta. Há pessoas que têm pais muito "In", eu tenho um pai muito "On parvaíce ". Giro, não é? :D


Deixei-me levar pela música, na pista de dança. Os meus pés estavam a produzir carne moída. Usar saltos é doloroso e dolorosa foi também a queda que eu dei no palco. LOL Cada turma dirigia-se ao palco para tirar fotos de grupo e, para sair, tínhamos de saltar de uma altura de 1 metro. Ora, eu com saltos altos não arrisquei e sentei-me no palco para depois conseguir sair melhor. Mas no momento em que me sentei, um salto predeu-se num ferro que estava por debaixo e alguém se encostou a mim, não dando tempo de eu tirar o salto de lá. Resultado, dei uma cambalhota e caí, espalhafatosamente, no chão. 1 pessoa ficou ferida e 10 pessoas ficaram gravemente doentes de riso, nas quais onde me incluo.


Houve um rapaz que tentou que eu me aventurasse com ele, já nos envolvemos há tempos atrás, mas a minha vontade era de passar uma noite serena com os meus amigos. Talvez essa tenha sido a melhor justificação que dei a mim própria, porque, na verdade, a minha cabeça andava à deriva de alguém. Alguém que esteve comigo, alguém que dançou comigo, alguém...


Uma vez perguntaram-me se eu estava à espera do meu principe, respondi que esse principe já tinha vindo e já tinha ido. Não espero ninguem, o momento tudo dita e se a vontade surgir, acontece. É o Carpe Diem racional. Por isso, tento não condicionar-me, desejando alguém, apesar de estar a ser complicado gerir uma força que me puxa para a boca dele.

 

Foi uma noite que os meus pés jamais irão esquecer. Pés, perdoem-me o sacrifício que vos fiz passar.

publicado por Maria Panela às 16:54

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